
Hate is easy, love takes courage(...)
Certamente minhas manias de inferioridade e inseguranças tem me incomodado, (não chamo sua atenção e não te procuro porque sempre acho que você está fazendo algo mais importante do que falar comigo, como se eu fosse uma espécie de plano inferior, um passatempo pras horas vagas, um “remédio-pra-curar-o-tédio”), incomodo esse parecido com o que sinto por seres sem importância, vagos e superficiais, descobri que sou intensa, ou gosto muito muito ou desprezo banalmente de modo psicológico (pois assim evito aborrecimentos e gente chocada pela qual também não iria dar à mínima), tenho uma mania de sinceridade de vez em quando, que só quem consegue me deixar bem a vontade numa conversa sabe, como se me desvendassem, descobrindo o significado de cada receio e hesitação minha.
Cometo o “erro” certas vezes de por em um ponto o que sinto em milênios, não sei se posso classificar este fato como um erro ou meu jeito de ser simplesmente, (conseqüência disso são as pessoas interpretarem de modo diferente o que insisto em dizer), mas não sei bem se isso é o reflexo da minha tendência patológica em procurar exageradamente a perfeição quanto a textos e assuntos lexicais- “perfeccionismo gramatical”.
De uma coisa eu tenho certeza: ando tendo um gosto pelas coisas que (infelizmente) raramente vejo e tenho a leve impressão de expressar reações opostas quando preciso mostrar alguma feição de surpresa (talvez, seja esse o motivo de não gostar muito de surpresas- a falta de preparo psicológico), mas provavelmente, eu iria gostar muito de qualquer surpresa vinda de sua parte (ando precisando de uma certa ajuda do Deus do Acaso - este que anda bastante ausente em meus dias claros).
Dia desses me disseram que o maior Deus é o acaso, eu como uma criança ingênua, acreditei. Será mesmo o acaso, o responsável por toda essa fé depositada? Doce acaso, seja doce comigo também, (…) come up on different streets, they both streets were shame, / both dirty, both mean, yes, and the dream was just the same /, and I dreamed your dream for you, and now your dream is real (…)
You can fall for pretty strangers and the promises they hold, but you forgets to fall for yourself.
(...) Adeus: vamos para frente, recuando de olhos acesos, nossos filhos tão felizes...
Fiéis herdeiros do medo.
Garota revolucionária, anti-conservadora, totalmente alternativa, que foge do senso comum, por vezes aprecia atos ilícitos e assuntos lunáticos, considera-se insegura, (mas a meu ver é apenas extremamente indecisa quanto à escolha de suas roupas), tem uma paixão platônica pela vida universal e por um cantor mexicano que combina elementos do Leste Europeu e do folk, ama a noite e por último, mas não menos importante: totalmente aquariana,(você é assim, meio apaixonada pela vida mesmo).
Às vezes me pego perguntando se vou conseguir ficar longe de você daqui pra frente cara amiga.Acho que nessa vida nunca mais vou encontrar alguém a quem eu dedique tanto amor não dito como eu tenho por você. Tenho uma espécie de receio louco: lembrar-me nostalgicamente do tempo em que éramos felizes e me sentir triste. ‘E por medo das partidas, ela não deixava ninguém chegar’, de me sentir triste pensando em você quando estivermos longe e eu não puder mais te ver, mas apesar de tudo, ainda bem que te encontrei nesse mundo de meu Deus, ‘ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras pessoas. E outras coisas. 'Você vê uma essência em mim (aliás, algo que você adora é a essência das pessoas), um ar maduro que confesso não ter, apenas aparentar.
Difícil tarefa essa de escrever pra você, eu que costumo escrever pra mim ou de me colocar no lugar do outro pra ter outras visões e conhecer outras opiniões. Sou bipolar, tenho fases, ter apenas um modo de enxergar os fatos deve ser tediante, já basta ter a mesma cara todo dia, vamos abusar dos nossos pensamentos, analisar de vários ângulos. Você com suas conversas confusas e incomuns, sem querer ensinou-me a entender os motivos dos erros dos outros, pra eles (infelizmente) certas coisas (cujo assunto daquela conversa você deve lembrar) não são tão erradas assim quanto são pra mim, o segredo é entender que tudo parte das experiências (não) vividas.
Por vezes, é isso, quando você voltar de viagem, conte-me suas novidades pra que eu possa me prender nesse emaranhado de palavras novamente, ‘nesta cidade onde estamos presos e livres, soltos e amarrados’.Amo-te, mas certas coisas é melhor não ficar espalhando pros sete ventos, qualquer dia desses eu te faço uma visita pra devolver aquele livro doido ou a gente acaba se encontrando pelas esquinas noturnas.
My hipster.
PS: Texto fruto do nosso caso de amor com a noite.
"A Mulher Do Viajante No Tempo", Andrey Niffenegger