Noites atrás vi num sonho maluco uma coruja com olhos grandes e acordei chorando, logo eu que adoro sorrir (...), devo confessar: tive medo. “Em verdade temos medo, faremos casas de medo, duros tijolos de medo, medrosos caules, repuxos, ruas só de medo e calma”.
Cai numa armadilha, ultimamente tenho achado que os Astros Celestes do acaso estão receosos comigo, me colocando em ciladas. Estranho como nos é imposto andarmos com pés colados no chão, como é cobrado: não erre, não peque, não mate (difícil tarefa essa para os lunáticos e radicais).
Venho andado com versos prontos e cifrados, dicas pra mim mesma, minhas reminiscência vagas e soltas por vezes me sufocam, me prendem, por vezes me dizem o melhor a se fazer (pois desconheço a palavra “certeza”), nada é certo nessa vida, lembranças vagas e apagadas: eu preciso de vocês com todos os detalhes possíveis, com direito a vírgulas e excamações, ah, se vocês soubessem como é doloroso esquecer..sinto muito pelos meus erros sociedade, sinto muito Astros Celestes, mas creio que vocês tenham uma pequena contribuição nessas minhas desventuras, ando perdendo versos bonitos e jogando fora as cartas da estante junto com a minha imagem do espelho que tem por rotina o oposto,o real.
Certamente minhas manias de inferioridade e inseguranças tem me incomodado, (não chamo sua atenção e não te procuro porque sempre acho que você está fazendo algo mais importante do que falar comigo, como se eu fosse uma espécie de plano inferior, um passatempo pras horas vagas, um “remédio-pra-curar-o-tédio”), incomodo esse parecido com o que sinto por seres sem importância, vagos e superficiais, descobri que sou intensa, ou gosto muito muito ou desprezo banalmente de modo psicológico (pois assim evito aborrecimentos e gente chocada pela qual também não iria dar à mínima), tenho uma mania de sinceridade de vez em quando, que só quem consegue me deixar bem a vontade numa conversa sabe, como se me desvendassem, descobrindo o significado de cada receio e hesitação minha.
Cometo o “erro” certas vezes de por em um ponto o que sinto em milênios, não sei se posso classificar este fato como um erro ou meu jeito de ser simplesmente, (conseqüência disso são as pessoas interpretarem de modo diferente o que insisto em dizer), mas não sei bem se isso é o reflexo da minha tendência patológica em procurar exageradamente a perfeição quanto a textos e assuntos lexicais- “perfeccionismo gramatical”.
De uma coisa eu tenho certeza: ando tendo um gosto pelas coisas que (infelizmente) raramente vejo e tenho a leve impressão de expressar reações opostas quando preciso mostrar alguma feição de surpresa (talvez, seja esse o motivo de não gostar muito de surpresas- a falta de preparo psicológico), mas provavelmente, eu iria gostar muito de qualquer surpresa vinda de sua parte (ando precisando de uma certa ajuda do Deus do Acaso - este que anda bastante ausente em meus dias claros).
Dia desses me disseram que o maior Deus é o acaso, eu como uma criança ingênua, acreditei. Será mesmo o acaso, o responsável por toda essa fé depositada? Doce acaso, seja doce comigo também, (…) come up on different streets, they both streets were shame, / both dirty, both mean, yes, and the dream was just the same /, and I dreamed your dream for you, and now your dream is real (…)
You can fall for pretty strangers and the promises they hold, but you forgets to fall for yourself.
(...) Adeus: vamos para frente, recuando de olhos acesos, nossos filhos tão felizes...
Fiéis herdeiros do medo.

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