
“Ficaram as coisas boas, as coisas que eu aprendi’
Não quero mais saber dessas coisas, não. Não quero mais procurar às verdades, as mentiras, as culpas, as estratégias. Eu conheço o resultado de tudo isso. Eu sou o resultado de tudo isso.
Quando a gente se divide em outra pessoa, faz dela um pedaço de nós, buscamos nisso um pouco do outro. Buscamos os problemas, as soluções, as respostas pras nossas perguntas. Buscamos o conhecimento, a maneira de ver o mundo, a imaginação, a parte infantil, a parte adulta, a parte culta e a parte boba. A gente tá sempre procurando em alguém o que ainda nos falta. E é incrível o modo como conseguimos tudo mesmo…
Quando acaba uma amizade, um casamento, um amor, a gente quer ser forte: “ficaram as coisas boas, as coisas que eu aprendi”. Quem nunca disse ou pensou isso que jogue a primeira pedra. Mas não é puro orgulho ou uma simples tentativa de aceitação. É mais que isso, porque é real. Ficam as coisas que a gente chama de aprendizado, e que na verdade é aquele pedacinho do outro que nos faltava antes.
Maturidade é um martírio. Eu não pedi pra que fosse assim, as coisas se fizeram assim. Por mil motivos eu tive que crescer antes da hora. Por outros motivos eu procurei me caber dentro dessa maturidade sem que me sobrassem espaços. E encontrei alguém que me ensinou a preencher esses espaços. Acabou por algum motivo, ainda desconhecido pra mim, e então eu encontrei alguém que me deu minha parte infantil de volta. E eu me diverti e brinquei e cantei e fui feliz como uma criança irresponsável. E aí acabou.
O que importa mesmo é que, agora é a vez de quem me passou a leveza de criança, usar o que eu tinha de melhor pra dar, pra passar pra outro alguém.
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